quinta-feira, 17 de junho de 2010

Desafio

E por tantos desafios um deles se pôs em primeiro plano...O de não desistir, de continuar acreditando no olhar sincero do outro, a alteridade, a sensibilidade...Formas de se tentar superar a dor do desencontro, do abandono e da mágoa.

Palavras não ditas, lágrimas não derramadas e soluços recalcados de um tempo que passou e não volta mais...nunca mais...
Quem me dera fosse possível cortar a linha do tempo ou pelo menos dividi-la em partes menores, que fossem menos dolorosas.

Coração meu, esse que não desiste, ainda persiste... numa busca desenfreada por algo que é tudo, é nada. Desequilíbrio total em meio a um mundo absurdo, do abuso, do uso, da fábula, da mágoa.

Posses, tudo ou nada.

Dinheiro e batalhas...que não levam a nada além da própria morte. Morte de viver, de sentir o quão puro é aquele sorriso....amarelo, porém sincero, de alguém que amou demais, caiu e tentou.

A ingratidão das palavras que não deveriam ter sido tão cruéis porque palavras foram inventadas para falar de amor....nunca deveriam trazer dor...

Sabes tu que sou a flor mais bela, que balança com o vento de forma a quase se despedaçar, sempre vagando entre a ilusão de continuar bela e o medo de perder minhas pétalas, tão perfumadas, mas tão frágeis... Ajuda-me a segurar a ventania e o temporal para que eu sempre esteja protegida das piores mazelas deste mundo....Ajuda-me a ficar ereta de forma a segurar o vento dentro das minhas cores e do meu miolo como um pai que cuida de um filho.

Por favor, um abraço que me tire desta solidão ou ao menos tape a ferida que tão grande surgiu num dia de sol. Deixe tua pele esquentar os meus pelos, tão ralos e escassos, mas sensíveis. O teu toque é tão intenso, imenso. Perdoe-me por me sentir assim, tão pouco dona de mim.

E se na austeridade da minha dor eu reagir mal, por favor, me perdoe. Sou humana e queria não ser..Sabes que fui invadida por palavras mal utilizadas que na verdade nunca chegaram até mim. Sabes que a minha dor é justa, porém efêmera. O mais miserável dos seres que ficou abandonado da sua vida, dos seus pertences e do seu coração precisa de ti....sempre ou pelo menos agora.

Escreva cartas para que eu possa acreditar novamente na verdade das palavras, dos gestos e dos pensamentos...escreva, escreva para mim, para ti, para nós...ou para a dor somente.

                                                                                                                        Autoria Própria L.D.T


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